quinta-feira, 8 de outubro de 2009

no terminal

já estou me vendo,
amor,
assim,
no terminal,
terminando a saudade,
pulando em teus braços
com a mesma força
que meu coração
tem pulado no peito.

domingo, 6 de setembro de 2009

[...]

Tenho sentido tanta vontade de você que assusta.

Você não vem pra cá com seus resquícios de uma menina frágil.

Por quê?

Eu gostaria de lhe contar essa história, que eu invento todos os dias em minha mente,

Mas quando você chega com as memórias da menina forte, meus muros desabam para que os teus se fortaleçam. E então, minha voz, que no quarto escuro era tão presente, e preenchia todos os cantos do cômodo, agora parece tão rouca, e insuficiente.

Eu gostaria que pudesses me ver, nessa forma que agora eu tomo para que me vejas, e para que me tome em teus braços com a verocidade que deveria ser. Não há nada de errado, eu sei. Ou pelo menos não deveria haver, mas eu sinto que teu corpo não tem palpitado na mesmo sintonia que o meu. E tudo que eu tenho sentido é uma vontade, maior que mim mesma, de você e de todos os detalhezinhos que lhe mimam e que me fazem gritar de amor.E se eu pudesse de alguma forma lhe puxar pra mim, ou lhe convencer que eu sou o teu melhor caminho, você então poderia ser-me por completa,aqui.Meu coração estaria sereno, como numa tarde de sol e chuva num grande verde qualquer, de todos os tons.

O que eu faço prenda minha? O que eu faço se todos os meus detalhes só se completam com os teus? Se as minhas cores são foscas sem as tuas?O que eu faço pra lhe convencer a voar comigo por um céu azulado sem se preocupar com mais nada? O amor nunca me pareceu tão intruso, que rouba minhas roupas, e minhas palavras, e minhas lágrimas e meu corpo, deixando meu coração a pulsar veloz num piso frio de apartamento suburbano. E lá está ele, prenda minha, crescendo a cada palpite, e palpitando cada vez mais, tomando o lugar dos móveis, dos gritos, das buzinas dos carros, das ceias, das torradas.

E se quer um palpite, apenas aproxime-se desse coração, para que o vermelho já não escorra pelas paredes, e envolva-o para que já não seja só um coração, e ganhe de volta o corpo, as roupas, e os detalhezinhos.

Estes detalhezinhos. Ah, os grandes detalhezinhos!Que juntos com os detalhezinhos da prenda certa, chamam-no de amor. E é amor, eu sei que é.Que faz ser tanto em tão pouco tempo, e faz brilhar, e faz-se todo, em tudo que há.

E aí, então, já será preciso narrar, e todas as palavras serão desnecessárias.

Completa-se então, a folha em branco, e as chaves com os três pontinhos.

[...]

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

[doçura sonora: nara leão]

contaminaste as lembranças dessa cidade. já disse não seria capaz de continuar nessa cidade se não a tivesse? exatamente essa coisinha, essa coisa toda minha, que ninguem mais pode ser. lembro do aconchego inerente aos nossos braços, como um ninho, naquelas milhares de horas que passavamos atrás exatamente disso que estamos à fugir agora. éramos mais importantes que qualquer outra coisa, e quando as incertezas do passado próximo que nos cruzava pelas mesmas portas ou avenidas invadiam a harmonia da nossa propria esperançosa incerteza, tal imersão apenas permitia perceber o quanto éramos agora, mais importantes. não há amor sozinho, é juntinho que ele fica bom. não há tempo pra nada afinal, não sei, sinto que temos mesmo todo o tempo do mundo. entre nós o tempo sempre foi o assunto mais interessante à ambas, as histórias do passado, a conjugação apenas nossa de um presente perfeito, e anseios de um futuro como sua extensão. era o tempo como sujeito do crescimento do nosso sentimento, e da nossa vida lá fora, às suas Letras, à inconstancia dos meus passos. traz saudade de você. foi então, que da minha infinita tristeza aconteceu você. agora, onde estamos meu amor?¹ que coisas sente no seu estomago ao me ver chegando do outro lado da rua? que coisas sente explodindo no seu peito por ter-me ao teu lado? quantas são as noites que perdes o sono, por mais nada senão pela felicidade de ter-me contigo? quantas são as vezes que me beijar lhe enche os olhos d'agua? como se sente nossa paixão que não tinha tempo, não aceitava limite do tempo que gastaria para nos consumir? como se sente sabendo que nossos dias vão sempre em contagem regressiva nos lembrado que há tempo pra voltar pra qualquer lugar se não à nós mesmas? quem no coração, abrigou a tristeza? como dizê-la agora, que há tempo pra absolutamente tudo? se não quero que ela se perca de nós, como dizer? como torná-la ainda maior longe dos olhos , dos dedos, dos sorrisos e olhares cumplices? meu amor sozinho é assim, como um jardim sem flor. além do nosso maníaco controle de nossas conjugações, os horarios que não vimos passar. as tantas horas que pareciam apenas alguns minutos, e o tanto de vezes que cheguei atrasada, seguida das tantas desculpas. como tornar menos confuso a entrega que nos pertencia? separando os pertences, à de quem mais mérito reunisse? e você sabe a razão. eu vou colecionar mais um soneto. como dizer sem que se perdesse de nós?


¹não é suficiente, que um atenda aos desejos do outro.
é indispensavel que os dois tenham desejos que sejam iguais,
no tempo e no espaço:
é hora de um pacto de reinvenção.

enquanto, a única coisa que desejo agora, é você.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

la rosa.

o sono já não é o mesmo de algumas noites atrás.
meu deus, eu preciso tanto pensar,
mas incrivelmente é tudo que eu tenho feito nos últimos dias.
hoje, faltou-me o ar, e a chuva que trouxe um aspecto inovador
ainda não me trouxa novas inspirações.
eu tenho medo. e já tive tantos.
não consigo decidir para qual lado pular,
e eu sei que para qual lado eu for, ela estará comigo
gravada em meu peito, apertando minha mão
como disse-me teus olhos desde a primeira vez que toquei em sua pele.
eu estive louca,por ela e por tudo que a cercava.
eu estou apaixonada, por todas as rosas do mundo, como suas cores fartas,
suas pétalas macias, e seu espinhos afiados...
todo esse roseiral, meu bem, que eu vejo nos teus grandes olhos.
estou lendo e relendo todos os noticiários,
na esperança de descobrir nos laços
com o mundo.
Ah, garota! eu fecho os olhos, e tudo be,, hoje eu não insisto em dormir,
mas eu gostaria tanto que me concedesse essa dança, a música está tão mansa
e quem sabe, minha estrelinha, o bailar de uma canção envolvente não nos levaria
ao nosso jardim?
e o sono pousou sob o travesseiro...
e voltou a chover,pra florecer...
logo cedo, vai florecer lindas rosas azuis.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

canção, que traduziu.

"eu estou chuvendo muito mais do que lá fora,- como dizia a canção -
como que a gente pode ser tanta coisa indefinível, tanta coisa diferente?
[...]
a beleza de tudo é a certeza de nada, e o talvez torna a vida um pouco mais atraente."
Que medo de perder essa menina,
Que medo de perder as estribeiras, a direção, o coração.
Medo da estrada que me leva pra longe de tudo que me deixa perto de mim.
E esse medo, que a música corroe, que exausta, emancipa os valores,
Esse medo que me liberta do 'eu' cansado que esteve num outro mundo.
E, ah, eu tô me achando totalmente impossível, como labutar.
Como a labuta, que em sua propria expressão me tira os pés cansados, do céu azul.
Eu quero amar essa menina, com o amor que eu sinto queimar no meu peito.
Eu quero amar essa menina, com o amor que grita em minhas cordas vocais secas.
Eu quero amar essa menina, com o amor que meu amor sente, que só se sente uma vez na vida.
Eu não aguento mais chegar a bera do abismo, toda vez, tão perto, pra ver se a garota me salva.
E eu não me jogo, e pode ser até que eu goste, mas não suporto [...]
Eu me rendo!
Eu me rendo!
[...]
- Me dê a mão? Só para eu não escorregar, me cubra, com essa manta velha, e me leva pra longe daqui. Eu estive tão perto, tão longe.
Com amor, me perdoa.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

estou tentando prender na memoria seus dedos,
seus olhos, seu cheiro,
tentando te prender na memoria.

tem um choro entalado na garganta
que não quer sair por medo de desabar.
tem uma voz na cabeça tentando acalmar tudo
que repete de forma incessante pra termos calma.
E tudo bem voz, eu tenho calma,
mas eu também tenho medo.
E o medo, esse medo, escurece o sol lindo que deveria estar naquele céu.
E deveria, meu bem, deveria estar no céu.
Não, não sinta de todo essa solidão.
Não chore assim, meu bebê.
vai ficar tudo bem,
e graças aos clichês do mundo,
vai sim, ficar tudo bem!
Quando sol se pôr, assista-o
É sinal, flor, sinal de estar acabando.
E conte!
Quando ele se pôr por umas seis ou sete vezes,
Sorria!
O próximo será ao meu lado.
Aí então,
Beije-me!